O Brasil mudou pra melhor

Em 10 anos, Brasil reduziu em 30% a mortalidade infantil e dobrou presença de jovens nas universidades

O Brasil tornou-se um país melhor para seu povo nos últimos 10 anos. A taxa de mortalidade infantil caiu 30%, a expectativa de vida aumentou em mais de 3 anos, menos brasileiros vivem na miséria, o acesso à escola foi universalizado para a população de 7 a 14 anos e a proporção de jovens nos cursos de nível superior dobrou

Essas informações estão expostas e detalhadas na Síntese de Indicadores Sociais produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada ontem.

Leia as principais mudanças ocorridas na sociedade brasileira desde 1998 até o ano passado.

Menos mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil caiu 30%. Para cada grupo de mil nascidos vivos, 33 nasciam mortos em 1998; em 2008, para cada grupo de mil nascidos vivos, 23 nasceram mortos. No ano passado, a menor taxa de mortalidade infantil foi identificada no Rio Grande do Sul (13 por mil) e a maior em Alagoas (48 por mil).

Mais expectativa de vida

A esperança média de vida ao nascer aumentou em 3,3 anos - de 73 anos e 6 meses para 76 anos e 8 meses, no caso das mulheres, e de 65 anos e 9 meses para 69 anos e 3 meses, no caso dos homens.

Menos filhos

- Em 1998, o número médio de filhos que uma mulher teria ao fim do seu período fértil era estimado em quase 3. Em 2008, era inferior a 2. Os níveis mais baixos da taxa de fecundidade foram identificados no Sudeste, sobretudo nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

- A proporção de casais sem filhos cresceu de 13,3% para 16,7%.

- O percentual de mães adolescentes, com idade de 15 a 17 anos, diminuiu de 7,6% para 6,3%. No Sul do país o percentual caiu em mais da metade - de 8,5% para 4,0%.

Mais idosos; menos crianças, adolescentes e jovens

- Diminuiu a presença de crianças, de adolescentes e de jovens de até 24 anos no total da população. A parcela com menos de um ano diminuiu quase 28% - de 1,8% do total de brasileiros, em 1998, para 1,3%, em 2008. As crianças e adolescentes de até 14 anos, que formavam 30% da população nacional em 1998, passaram a formar 24,7% no ano passado.

- A proporção de pessoas com 60 anos ou mais, no conjunto da população, aumentou de 8,8% para 11,1%. O grupo de brasileiros com 80 anos ou mais cresceu nada menos do que 70% - aproximadamente mais 3 milhões - na década. O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul continuaram sendo os estados com maior proporção de idosos.

Trabalho e Renda

- O percentual de famílias muito pobres (renda de até meio salário mínimo por integrante) diminuiu de 32,4%, em 1998, para 22,6%, em 2008. No Nordeste, a redução foi de 54,3% para 41,3%.

- Cresceu de 33% para 40,3% o percentual de mulheres com filho único e rendimento superior a dois salários mínimos.

- Aumentou de 38,1% para 49,1% o percentual de jovens de 16 a 24 anos com renda superior ao salário mínimo.

- A participação de pretos e de pardos na classe de renda mais alta aumentou de 8,2% para 15%.

- A presença das mulheres no mercado de trabalho aumentou de 42% para 47,2%, em todos os grupos etários, menos entre as meninas de 10 a 15 anos, cuja participação diminuiu quase à metade - de 11,5% para 6,4%.

- O percentual de mulheres de 20 a 24 anos que só trabalhavam aumentou de 38,1% para 42,1%, enquanto entre os homens o aumento foi menor - de 63,6% para 64,7%. - No grupo de 16 a 24 anos, a taxa de atividade das mulheres subiu de 53,6% para 58,3%, enquanto a dos homens caiu de 79,2% para 76,5%.

- Aumentou de 64,8% para 68,5% a proporção dos jovens de 20 a 24 que estavam no mercado de trabalho.

- A proporção de jovens dedicados apenas a afazeres domésticos caiu de 20,9% para 17,1%.

- O rendimento dos jovens trabalhadores aumentou.

- Diminuiu o percentual de jovens trabalhando em jornadas longas, acima de 45 horas ou mais semanais: de 38,9%, em 1998, para 28,8%, em 2008.

Quem manda em casa

- Cresceu de 25,9% para 34,9% o número de mulheres chefes de famílias; e se multiplicou de 2,4% para 9,1% a proporção das mulheres que se declarou chefe de família mesmo com a presença de um cônjuge.

- Aumentou também, de 4,8% para 11,8%, a porcentagem de mães de 18 a 24 anos que são chefes de família.

Dobrou o número de universitários

- A proporção de jovens em cursos do ensino superior dobrou de 6,9% para 13,9%. Houve aumento da frequência às universidades em todas as regiões do país.

- A participação de pretos e pardos de 18 a 24 anos de idade nas escolas de ensino superior foi quadruplicada de 7,1%, em 1998, para 28,7% no ano passado. Os brancos, que formavam dois terços dos universitários em 1998, passaram a formar 60,3% em 2008.

- A taxa de freqüência escolar aumentou de 57,9% para 79,8% entre crianças de 4 a 6 anos; e de 8,7% para 18,1% entre crianças de até 3 anos.

No cenário de 2008, novos e velhos desafios

RENDA

- O valor médio da renda familiar mensal por pessoa era R$ 720,00 no ano passado, mas metade das famílias vivia com menos de R$ 415 (à época, um salário mínimo) por pessoa. O rendimento médio no Sudeste (R$ 500) era o dobro do registrado no Nordeste.

- Nas famílias com filhos de até 16 anos, 42,8% dos casais e 51,4% daquelas chefiadas por mulheres sem cônjuge viviam com renda inferior a R$ 249 por pessoa.

- Quase metade dos jovens com idade entre 16 a 24 anos ganhava mais de um salário mínimo.

FREQUÊNCIA ESCOLAR

- A taxa de freqüência escolar das crianças de até 6 anos e dos adolescentes entre 15 e 17 anos continuava fortemente associada à renda das famílias. Quanto menor a renda, menor a presença na escola.

- Na faixa dos 7 aos 14 anos de idade, correspondente ao ensino fundamental, o acesso à escola estava praticamente universalizado.

- 8,2% dos jovens nordestinos de 18 a 24 anos freqüentavam a escola; no Sul, eram 19,0%.

- Em 2008, o tempo médio de estudo da população com 15 anos de idade e mais era de 8,3 anos, no caso das pessoas de cor branca, e de 6,7 e 6,5 anos, no caso de pretas e pardas. Essa diferença se mantém constante ao longo dos anos e é marcante, especialmente, no Sul e Sudeste.

- Na faixa etária de 25 anos e mais, a proporção de pessoas com curso superior concluído era de 14,3% entre brancos e de 4,7% entre pretos ou pardos.

MULHERES

- De cada cem mulheres, 52 trabalhavam ou procurando emprego em 2008 - especialmente as de idade entre 15 e 19 anos. Destas, 70% estudavam.

- A escolaridade média das mulheres era superior a dos homens, tanto nas cidades quanto nas áreas rurais.

- De cada 100 pessoas com 12 anos ou mais de estudo, quase 57 são mulheres. Essa diferença foi identificada em todos os estados e se mostrou especialmente acentuada no Maranhão, Piauí, Sergipe, Pernambuco, Tocantins e Mato Grosso do Sul.

- Em todas as posições na ocupação, a renda média dos homens era maior do que o das mulheres. A menor diferença de renda ocorre entre homens e mulheres que trabalham sem carteira assinada.

- Enquanto 15,8% das mulheres ocupadas eram trabalhadoras domésticas, menos de 1% dos homens ocupados estavam nesta categoria.

- Do total das mulheres ocupadas em 2008, 87,9% declararam cuidar dos afazeres domésticos. Entre os homens, foram 46,1%. Além disso, as mulheres dedicavam 20,9 horas por semana a essas atividades; os homens, 9,2 horas.

- A renda média das trabalhadoras domésticas sem carteira era R$ 298, enquanto a dos trabalhadores chegava a R$ 404.

- 136 mil meninas de 10 a 15 anos trabalhavam como empregadas domésticas no ano passado.

IDOSOS

- A população com 60 anos ou mais era formada, no ano passado, por 21 milhões de pessoas, das quais 9,4 milhões tinham 70 anos ou mais.

- 23,3% dos idosos chefiavam famílias e 33% viviam com os filhos. A maior proporção de idosos responsáveis pelos domicílios estava no Sudeste (24,9%) e a menor no Norte (17%). Nas regiões Norte e Nordeste, mais de 50% dos idosos viviam com seus filhos. Entre as mulheres idosas, 47,3% moravam com seus filhos, 11,4% declararam não ter filhos vivos e 36,9% não moraram com seus filhos.

- 11% dos idosos brasileiros tinham renda familiar mensal inferior a meio salário mínimo por pessoa; 32,2% não sabiam ler e escrever e 51,4% tinham menos de 4 anos de estudo.

MIGRANTES E ESTRANGEIROS

- Os migrantes eram 19,7 milhões em 2008. A maior parte (10,5 milhões) era formada por nordestinos que foram, predominantemente, para a Região Sudeste - mesmo destino da maioria (70,3%) das 704 mil pessoas que vieram de outros países.

- O segundo maior grupo de migrantes era formado por nascidos no Sudeste que se deslocaram, predominantemente, para estados do Centro-Oeste - destino semelhante ao da maioria das pessoas que saíram da Região Norte.

Enviado por Sinésio

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