Der Spiegel: Lula salta para a Grande Liga da diplomacia mundial

Erich Follath e Jens Glüsing

da revista alemã Der Spiegel

Cheio de confiança, o presidente brasileiro Luiz Inácio da Silva está elevando seu país ao status global com crescentes avanços na política internacional. Em sua jogada mais recente, ele convenceu o Irã a concordar com um controverso acordo nuclear. Pode oferecer oportunidades para evitar sanções e guerra?

Ele foi acusado de ser muitas coisas no passado, inclusive comunista, um proletário grosseiro e um bêbado. Mas esses dias passaram. No momento em que o Brasil ascende para se tornar um poder econômico, a reputação dele experimentou um crescimento meteórico. Muitos agora vêem o presidente do Brasil como um herói do hemisfério Sul e um importante contrapeso a Washington, Bruxelas e Beijing. A revista americana Time levou a coisa um passo adiante há duas semanas, quando o nomeou “o líder político mais influente do mundo”, mesmo adiante do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Em seu país nativo, há muitos que o enxergam como candidato ao prêmio Nobel da paz.

Convite

O município de Guarapari, através da Federação de Associação de moradores e Movimentos Populares de Guarapari, recebe junto à ONG Parceiros do Bem uma oficina de áudio visual.  O intuito dessa parceria é disseminar a cultura no município.

A aquisição de todo o material, como câmeras de vídeo e fotográficas, tripé e ilha de edição, para a montagem da oficina foi possível devido a uma emenda parlamentar criada pela deputada federal Iriny Lopes (PT). O núcleo após um ano de atuação,poderá apresentar um projeto junto ao ministério da cultura para se tornar um ponto de cultura e receber apoio financeiro do governo federal

Para oficializar a parceria, neste sábado, dia 29, a deputada Iriny vai se reunir com os participantes da oficina, convidados e associados da Famompog. A reunião será na Câmara Municipal de Guarapari, às 9h.
Durante a reunião será exibido também um trailer do documentário Bico do Urubu que está sendo produzido pelos alunos da Oficina de Guarapari.


Data: Sábado (29/05/2010)
Horário : 9 horas
Local: Câmara Municipal de Guarapari

 

Enviado por : Barbara

O Brasil de Lula em todas as frentes

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É Lula pra cá, Brasil pra lá! O mundo se agita com as declarações do presidente brasileiro e com as façanhas não somente futebolísticas de seus compatriotas.

Vimos Luiz Inácio Lula da Silva repreendendo a Alemanha por sua hesitação em salvar a Grécia, e oferecendo sua mediação no conflito entre Israel e Palestina.

Vimo-lo tentando, junto com os turcos, arrefecer a questão nuclear iraniana, e apoiar os argentinos em seu conflito contra os britânicos a respeito das Ilhas Malvinas e seu petróleo.

Ou morre o capitalismo ou morre a Terra

Ou morre o capitalismo ou morre a Terra”, diz Morales ao abrir
Cúpula  Climática da ONU , no México.

O presidente boliviano, Evo Morales, um esquerdista de origem aimara, abriu, esta terça-feira, na Bolívia, uma conferência mundial de 20 mil ativistas para discutir propostas contra o aquecimento global e difundir uma mensagem clara: “ou morre o capitalismo, ou morre a Terra”.

Acordo Brasil-Irã e o mal-estar da mídia

bandeira Reproduzo artigo do professor Dennis de Oliveira, publicado no sítio da Revista Fórum:
Este final de semana foi cômico para a mídia conservadora que não conseguiu disfarçar o seu mal-estar e incômodo com o acordo obtido pelo governo brasileiro com o Irã a respeito da contenda do programa nuclear da nação persa.
Na sexta e no sábado, a tônica unânime da mídia hegemônica brasileira foi que o presidente Lula estaria “perdendo tempo”, que estava “arriscando a credibilidade internacional do país” ao tentar negociar com um governo já qualificado como “pária”, “autoritário”, “desequilibrado”, entre outros
No domingo, a Folha de S.Paulo estampou na matéria sobre o tema o título “Irã dá ao Brasil um polêmico protagonismo” com duas linhas finas: “Gestões de Lula conseguem reduzir isolamento de Teerã e adiar sanções na ONU, mas dificilmente resultarão em recuo iraniano” e “Esforços por acordo com país persa têm gerado críticas à política externa brasileira; presidente se reúne hoje com Ahmadinejad e Khamenei”.
A matéria do jornalista enviado especial a Teerã, Sammy Adghirni começa com o seguinte lide: “A despeito do discurso otimista, a mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas conversas sobre o programa nuclear iraniano provavelmente não surtirá efeito”.
As críticas citadas na linha fina vieram de um analista do jornal Washington Post e de um ex-assessor do governo dos EUA, Bill Clinton. Fontes dos EUA, país diretamente interessado em isolar o Irã por conta da sua estratégia geopolítica internacional que privilegia o enfraquecimento dos países adversários de Israel e o fortalecimento deste (que, diga-se de passagem, possui armas atômicas).
O jornal O Estado de S. Paulo vai na mesma linha e busca apoio para esta posição na aparentemente insuspeita candidata do Partido Verde, a senadora ex-petista Marina Silva, que critica a tentativa de um diálogo com um “governo que desrespeita os direitos humanos”.
Bem, chega o domingo à noite e o acordo é acertado entre Brasil, Irã e Turquia. A aposta no fracasso dá lugar ao ceticismo com misto de inveja e dor de cotovelo. O portal da revista Veja lembra que o Irã já “descumpriu” acordos anteriores e por isto, nada garante que este vai ser cumprido. Lembra ainda que o acordo está restrito a uma das usinas, mas a secretária Hillary Clinton acredita existir outras instalações nucleares no Irã.
O portal da Veja só esqueceu de lembrar que o governo Bush também disse que o Iraque tinha armas de destruição em massa e por isto invadiu-o. As investigações posteriores mostraram que esta informação era falsa e tudo não passou de um pretexto para aquela guerra absurda.
Na mesma toada de ser cético — agora não quanto a fazer o acordo, mas sim quanto à eficácia do acordo — vieram Folha e Estadão. O jornalão dos Mesquita novamente usou Marina Silva para reforçar o ceticismo. Para a senadora, a estratégia do Irã ao fechar acordos como o do ano passado e o atual é ganhar tempo. “É bom não perder a perspectiva histórica, de que aquele país tem perseguido a construção de artefatos nucleares e da bomba atômica. Há indícios que preocupam”, avaliou (trecho da matéria publicada no portal Estadão hoje).
Na Folha Online, a forma de tentar reduzir a importância do acordo foi destacar o anúncio de que o Irã afirmou que irá continuar enriquecendo urânio a 20% (em uma linha final de um dos vários textos do portal UOL, é dada a informação — sonegada em quase todas notícias — de que para fazer uma bomba atômica é necessário enriquecer urânio a 90%!).
Também repercutiu as opiniões céticas de “analistas internacionais” — sempre dos EUA e das potências nucleares europeias, interessadas diretas em bloquear o acesso dos países em desenvolvimento à tecnologia nuclear, porém deu espaço a um articulista iraniano que deu uma visão diferenciada, enfatizando o papel importante de mediação do Brasil e da Turquia, vistos como países “amigos” do Irã, ao contrário dos demais membros do Conselho de Segurança da ONU.
O que chama a atenção nesta cobertura? Primeiro, o alinhamento ideológico da mídia conservadora a uma política internacional de submissão aos Estados Unidos e demais potências mundiais, criticando qualquer iniciativa internacional independente da chancelaria brasileira, em especial a geopolítica Sul-Sul.
Segundo, a transformação do espaço de noticiário em lugar de manifestação explícita de opinião e uma “quase torcida” para que estas iniciativas da chancelaria brasileira fracassem e, quando dão certo, a recusa em reconhecer o erro de avaliação.
E, terceiro, a postura desavergonhada de ocultação de informações (por exemplo, que este enriquecimento do urânio no Irã não é suficiente, nem de longe, para a fabricação de armas nucleares), de escolha ideológica de fontes (todas elas das grandes potências, em especial dos EUA) e a tentativa de construção de um consenso de que a ação política das “potências ocidentais” é o lado do bem e o Irã, o lado “mau”.
E, travestidos de vestais do bem, os jornais pouco deram espaço — como dão, por exemplo, quando a China ou Cuba expulsam um dissidente político — ao fato de que Israel impediu o pensador judeu norte-americano Noam Chomsky de fazer uma palestra em Ramallah porque ele é um crítico áspero da política israelense para os palestinos. Será que isto não é ataque à “liberdade de expressão” ou isto acontece só quando vem do Chávez, do Castro ou do Lula?

Vox Populi dá liderança a 6 aliados do governo Lula em 9 estados

São Paulo - A pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi, encomendada pela TV Bandeirantes, mostra candidatos governistas liderando em seis dos nove estados mais o Distrito Federal. Pré-candidatos do PSDB lideram em dois, um Democrata aparece na ponta.

Os tucanos vão bem em São Paulo (Geraldo Alckmin tem 51%) e no Paraná (Beto Richa aparece com 40%. O único representante do DEM na liderança é no Rio Grande do Norte, com a senadora Rosalba Ciarlini (49%).

O PT aparece em vantagem na Bahia, com Jaques Wagner, e no Rio Grande do Sul, com o ex-ministro da Justiça, Tarso Genro. Em busca da reeleição, Wagner tem 41%, nove a mais do que Paulo Souto (DEM) e 32% a frente de Geddel Vieira Lima (PMDB).

A governadora Yeda Crusius está 20 pontos atrás, com apenas 10% em busca da reeleição. Ela recebe nesta sexta-feira o pré-candidato à Presidência de seu partido, José Serra. Tarso impõem apenas cinco pontos sobre o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB), e estão empatados tecnicamente pela sobreposição da margem de erro (32% a 27%).

Outro aliado de Lula é Eduardo Campos (PSB), que busca o segundo mandato. Ele seria reeleito com 57% dos votos se a eleição fosse hoje, aponta o Vox Populi. O percentual é o dobro de Jarbas Vasconcelos (PMDB), contrário à aliança nacional de seu partido com Dilma Rousseff.

Na Paraíba, o governador José Maranhão aparece com 55%, oito pontos a mais do que Ricardo Coutinho (PSB) e 36 pontos em relação a Cícero Lucena (PSDB).

Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, Hélio Costa (PMDB) lidera com 45% contra 17% do governador em exercício Antonio Anastasia (PSDB). O vice de Aécio Neves (PSDB) também ficaria atrás se o concorrente fosse o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT). O petista teria 35% a 21%.

No Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC) tem 42%, enquanto o petista Agnelo Queiroz aparece com 32%. A tucana Maria de Lurdes Abadia teria 6%. Existe a possibilidade de Roriz angariar o apoio do PSDB.

Presidência

Na disputa ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff está à frente em seis das dez unidades da federação pesquisadas. A maior vantagem é em Pernambuco e na Paraíba – 29 e 26 pontos, respectivamente. No Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, a margem oscila de 13 a 10 pontos.

Serra vai melhor em quatro. No Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná a vantagem tucana é de 12 a 15 pontos. Em Minas Gerais, apenas três pontos separam os concorrentes.

Resultados Vox Populi

Paraná

Candidato Percentual
Beto Richa (PSDB)
Osmar Dias (PDT)
Orlando Pessuti (PMDB)
41%
33%
10%

 

São Paulo

Candidato Percentual
Geraldo Alckmin (PSDB)
Aloizio Mercadante (PT)
Celso Russomano (PP)
Paulo Skaf (PSB)
51%
19%
12%
2%

 

Rio de Janeiro

Candidato Percentual
Sérgio Cabral (PMDB)
Fernando Gabeira (PV)
Anthony Garotinho (PR)
40%
19%
18%

 

Rio Grande do Sul

Candidato Percentual
Tarso Genro (PT)
José Fogaça (PMDB)
Yeda Crusius (PSDB)
Beto Albuquerque (PSB)
Luis Augusto Lara (PTB)
Pedro Ruas (PSOL)
32%
27%
10%
7%
1%
1%

 

Rio Grande do Norte

Candidato Percentual
Rosalba Ciarline (DEM)
Carlos Eduardo Alves (PDT)
Iberê Ferreira de Souza (PSB)
Miguel Mossoró (PTC)
49%
16%
15%
2%

 

Paraíba

Candidato Percentual
José Maranhão (PMDB)
Ricardo Coutinho (PSB)
Cícero Lucena (PSDB)
43%
35%
7%

 

Minas Gerais

Cenário 1 Percentual
Hélio Costa (PMDB)
Antonio Anastasia (PSDB)
45%
17%

 

Cenário 2 Percentual
Fernando Pimentel (PT)
Antonio Anastasia (PSDB)
35%
21%

 

Bahia

Candidato Percentual
Jaques Wagner (PT)
Paulo Souto (DEM)
Geddel Vieira Lima (PMDB)
Luis Bassuma (PV)
41%
32%
9%
1%

 

Distrito Federal

Candidato Percentual
Joaquim Roriz (PSC)
Agnelo Queiroz (PT)
Maria de Lourdes (PSDB)
Rogério Rosso (PMDB)
Alberto Fraga (DEM)
42%
32%
6%
4%
3%

 

Pernambuco

Candidato Percentual
Eduardo Campos (PSB)
Jarbas Vasconcelos (PMDB)
Kátia Telles (PSTU)
Edilson Silva (PSOL)
Sérgio Xavier (PV)
57%
28%
1%
1%
0,5%

Justiça manda soltar condenado pela morte de Dorothy

O fazendeiro Regivaldo Galvão, conhecido como Taradão, conseguiu a liberdade provisória e será solto. No dia 1º de maio, o fazendeiro foi condenado a 30 anos de prisão pelo assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang. Taradão foi acusado de ser um dos mandantes do crime. Dorothy foi morta em fevereiro de 2005, em Anapu, no Pará.

A desembargadora Maria de Nazaré Gouveia, do TJPA (Tribunal de Justiça do Pará) assinou a decisão na terça-feira (18). A defesa do fazendeiro recorreu do julgamento e pediu que ele esperasse a análise do recurso em liberdade. Com a decisão, Taradão deve ser solto até quinta-feira (20).

O fazendeiro foi considerado um dos mandantes do assassinato, tendo dividido este papel com outro fazendeiro, Vitalmiro Moura, o Bida, também condenado a 30 anos de prisão no dia 13 de abril deste ano. Outros envolvidos no crime – os pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista, e o intermediário Amair Feijoli da Cunha – já haviam sido condenados.

Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros em 12 de fevereiro de 2005. As investigações do crime indicaram que Bida seria o mandante do homicídio e o primeiro julgamento dele, em 2007, o condenou a 30 anos de cadeia. A pena permitiu ao fazendeiro ter um novo júri popular, e ele conseguiu a absolvição. A segunda sentença foi anulada e o terceiro julgamento deveria ter ocorrido no dia 31 de março, mas foi adiado devido à ausência dos advogados de defesa. No dia 13 de abril, Bida foi condenado a 30 anos de cadeia.

Outros condenados pelo crime foram Rayfran das Neves, que cumpre pena de 28 anos de prisão, Clodoaldo Batista, condenado a 17 anos, e Amair Feijoli, a 18 anos.

Eleições cubanas têm participação de opositores

Oposição faz campanha livremente, mas a mídia dominante ignora as eleições municipais cubanas, que acabam de ser realizadas. Ao lado da participação exercida diretamente pela população, elas são parte da atual democracia cubana. O povo cubano está satisfeito? O tema da participação popular e da eficácia do sistema de representação tem sido discutido nas assembleias populares. Muitos dizem que o parlamento é eleitoralmente democrático, mas os deputados têm pouca autonomia para decidir. O artigo é de Hideyo Saito.

Coisas do Demo

Lula, as elites e o vira-latas

É extremamente interessante que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio sepulcral!


Seguindo outros grandes meios de comunicação globais, a revista Time escolheu – na semana passada - o presidente Lula como o líder mais influente do mundo. A notícia repercutiu em todo o mundo, sendo matéria de primeira página, no jornalão El País.
Elite e preconceito
Na verdade a matéria o apontava como o homem mais influente do mundo, posto que nem só políticos fossem alinhados na larga lista composta pelo Time. Esta não é a primeira vez que Lula merece amplo destaque na imprensa mundial. Os jornais Le Monde, de Paris, e o El País, o mais importante meio de comunicação em língua espanhola (e muito atento aos temas latino-americanos) já haviam, na virada de 2009, destacado Lula como o “homem do ano”. O inédito desta feita, com a revista Time, foi fazer uma lista, incluindo aí homens de negócios, cientistas e artistas mundialmente conhecidos. Entre os quais está o brasileiro Luis Inácio da Silva, nascido pobre e humilde em Caetés, no interior de Pernambuco, em 1945, o presidente do Brasil aparece como o mais influente de todas as personalidades globais. Por si só, dado o ponto de partida da trajetória de Lula e as deficiências de formação notórias é um fato que merece toda a atenção. No Brasil a trajetória de Lula tornou-se um símbolo contra toda a forma de exclusão e um cabal desmentido aos preconceitos culturalistas que pouco se esforçam para disfarçar o preconceito social e de classe.
É extremamente interessante, inclusive para uma sociologia das elites nacionais, que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com grande déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio sepulcral!
Lula Líder Mundial
Desde 2007 a imprensa mundial, depois de colocá-lo ao lado de líderes cubanos e nicaraguenhos num pretenso “eixinho do mal”, teve que aceitar a importância da presença de Lula nas relações internacionais e reconhecer a existência de uma personalidade original, complexa e desprovida de complexos neocoloniais. Em 2008 a Newsweek, seguida pela Forbes, admitiam Lula como um personagem de alcance mundial. O conservador Financial Times declarava, em 2009, que Lula, “com charme e habilidade política” era um dos homens que haviam moldado a primeira década do século XXI. Suas ações, em prol da paz, das negociações e dos programas de combate à pobreza eram responsáveis pela melhor atenção dada, globalmente, aos pobres e desprovidos do mundo.
Mesmo no momento da invasão do Iraque, em busca das propaladas “armas de destruição em massa”, Lula havia proposto a continuidade das negociações e declarado que a guerra contra a fome era mais importante que sustentar o complexo industrial-militar norte-americano.
Em 2010, em meio a uma polêmica bastante desinformada no Brasil – quando alguns meios de comunicação nacionais ridicularizaram as propostas de negociação para a contínua crise no Oriente Médio – o jornal israelense Haaretz – um importante meio de comunicação marcado por sua independência – denominou Lula de “profeta da paz”, destacando sua insistência em buscar soluções negociadas para a paz. Enquanto isso, boa parte da mídia brasileira, fazendo eco à extrema-direita israelense, procurava diminuir o papel do Brasil na nova ordem mundial.
Lula, talvez mesmo sem saber, utilizando-se de sua habilidade política e de seu incrível sentido de negociações, repetia, nos mais graves dossiês internacionais, a máxima de Raymond Aron: a paz se negocia com inimigos. As exigências, descabidas e mal camufladas de recusa ás negociações, sempre baseadas em imposições, foram denunciadas pelo presidente brasileiro. Idéias pré-concebidas estabelecendo a necessidade de mudar regimes para se ter a paz ou usar as baionetas para garantir a democracia foram consideradas, como sempre, desculpas para novas guerras. Lula mostrou-se, em várias das mais espinhosas crises internacionais, um negociador permanente. Foi assim na crise do golpe de Estado na Venezuela em 2002 (quando ainda era candidato) e nas demais crises sul-americanas, como na Bolívia, com o Equador e como mediador em crises entre outros países.
Lula negociador
O mais surpreendente é que o reconhecimento internacional do presidente brasileiro não traz qualquer orgulho para a elite brasileira. Ao contrário. Lula foi ridicularizado por sua política no Oriente Médio. Enquanto isso o presidente de Israel, Shimon Perez ou o Grande-Rabino daquele país solicitavam o uso do livre trânsito do presidente para intervir junto ao irascível presidente do Irã. Dizia-se aqui que Lula ofendera Israel, enquanto o Haaretz o chamava de “profeta da paz” e a Knesset (o parlamento de Israel) o aplaudia em pé. No mesmo momento o Brasil assinava importantes acordos comerciais com Israel.
Ridicularizou-se ao extremo a atuação brasileira em Honduras, sem perceber a terrível porta que se abria com um golpe militar no continente. Lula teve a firmeza e a coragem, contra a opinião pública pessimamente informada, de dizer e que “... a época de se arrancar presidentes de pijama” do palácio do governo e expulsá-los do país pertencia, definitivamente, a noite dos tempos.
Honduras teve que arcar com o peso, e os prejuízos, de sustentar uma elite empedernida, que escrevera na constituição, após anos de domínio ditatorial, que as leis, o mundo e a vida não podem ser mudados. Nem mesmo através da expressa vontade do povo! E a elite brasileira preferiu ficar ao lado dos golpistas hondurenhos e aceitar um precedente tenebroso para todo o continente.
Brasil, país no mundo!
Também se ridicularizou a abertura das relações do Brasil com o conjunto do planeta. Em oito anos abriu-se mais de sessenta novas representações no exterior, tornando o Brasil um país global. Os nostálgicos do “circuito Helena Rubinstein” – relações privilegiadas com Nova York, Londres e Paris – choraram a “proletarização” de nossas relações. Com a crise econômica global – que desmentiu os credos fundamentalistas neoliberais – a expansão do Brasil pelo mundo, os novos acordos comerciais (ao lado de um mercado interno robusto) impediram o Brasil de cair de joelhos. Outros países, atrelados ao eixo norte-atlântico e aqueles que aceitaram uma “pequena Alca”, como o México, debatem-se no fundo de suas infelicidades. Lula foi ridicularizado quando falou em “marolhinha”. Em seguida o ex-poderoso e o ex-centro anti-povos chamado FMI, declarou as medidas do governo Lula como as mais acertadas no conjunto do arsenal anti-crise.
Mais uma vez silêncio das elites brasileiras!
Lula foi considerado fomentador da preguiça e da miséria ao ampliar, recriar, e expandir ações de redistribuição de renda no país. A miséria encolheu e mais de 91 milhões de brasileiros ascenderam para vivenciar novos patamares de dignidade social... A elite disse que era apoiar o vício da preguiça, ecoando, desta feita sabendo, as ofensas coloniais sobre “nativos” preguiçosos. Era a retro-alimentação do mito da “pereza ibérica”. Uma ajuda de meio salário, temporária, merece por parte da elite um bombardeio constante. A corrupção em larga escala, dez vezes mais cara e improdutiva ao país que o Bolsa Família, e da qual a elite nacional não é estranha, nunca foi alvo de tantos ataques.
A ONU acabou escolhendo o Programa Bolsa Família como símbolo mundial do resgate dos desfavorecidos. O ultra-conservador jornal britânico The Economist o considerou um modelo de ação para todos os países tocados pela pobreza e o Le Monde como ação modelar de inclusão social.
Mais uma vez a elite nacional manteve-se em silêncio!
Em suma, quando a influente revista, sem anúncios do governo brasileiro, Time escolhe Lula como o líder mais influente do mundo, a mídia brasileira “esquece” de noticiar. Nas páginas internas, tão encolhidas como um vira-lata em dia de chuva noticia-se que Lula “... está entre os 25 lideres mais influentes do mundo”. Errado! A lista colocava Lula como “o mais” influente do mundo.
Agora se espera o silêncio da elite brasileira!
Francisco Carlos Teixeira é professor Titular de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Matéria enviada por: Graça Andreatta

Memória 1

46 anos do golpe militar: a ameaça aos movimentos sociais continua

No último dia 31 de março completaram-se quarenta e seis anos do início de um dos perí- odos mais sombrios da história do nosso país. Um período em que dirigentes sindicais, lideranças de movimentos sociais, estudantes, intelectuais e políticos progressistas foram presos, expulsos do país, torturados e mortos, sendo que muitos estão desaparecidos. Um período em que as organizações populares eram impedidas de funcionar e que qualquer manifestação pública era reprimida com violência. Um período em que os meios de comunicação, a literatura, a música e todo tipo de expressão artística e política foram controlados e censurados.

Era uma época em que os apoiadores do regime tiveram fa- vorecimentos e privilégios políticos e econômicos. Obscuros empresários tornaram-se magnatas, políticos com sofrível expressão regional viraram figuras impor- tantes da República, jornalistas e acadêmicos colaboracionistas foram alçados à condição de grandes “pensadores da nação”.

O inimigo para eles é o povo organizado

A ditadura se foi, enterrada pelo povo nas ruas, os militares golpistas recolheram-se aos quartéis ou foram vestir seus pijamas e as forças armadas voltaram a cumprir o papel constitucional, mas os articuladores e reais mentores da ditadura, que desgraçou o país por vinte e um anos, continuam por aí.

Encastelados em entidades patronais, nos meios de comunicação que a ditadura lhes legou, nos espaços conquistados, graças ao seu servilismo, no Poder Judiciário, no Legislativo e na burocracia dos executivos, estes colaboracionistas, agora travestidos de democratas, se mantêm no poder até os dias de hoje.

São os mesmos que consideram o período uma “ditabranda”. São aqueles que acusam os trabalhadores rurais sem-terra de formação de quadrilha, que chamam manifestação pública de baderna.

A eleição de Lula em 2003 significou uma derrota que as elites brasileiras jamais imaginaram e abriu uma cunha no poder que foi ocupada pelos trabalhadores na administração pública, no crescimento partidário e na nova relação que se estabeleceu com as organizações populares. O povo passou a gerir parte do poder, e este se democratizou.

Expulsos do principal nicho de poder, em que operavam desde a Colônia, as elites se refugiaram onde conseguem ocupar, enganando parte da população: o Poder Legislativo e o Poder Judiciário. Ou ainda, onde dominam pelo poderio econômico, somado a alianças espúrias e históricas com os setores políticos mais reacionários: a mídia.

É a partir dessas trincheiras, somadas a algumas entidades de profissionais liberais e a uma boa parte da Academia, que as elites oligárquicas ou os alpinistas sociais disparam suas metralhadoras contra tudo que tenha origem popular ou que vá no sentido de democratizar e tornar menos injustas as relações sociais do pais.

Travam uma verdadeira guerra, que têm como norte a perpetuação de uma sociedade desigual em todos os seus aspectos e voltada para o atendimento dos interesses de uma parcela mínima em detrimento da maioria da população.

Fonte: Jornal Movimentos

1ª Jornada de formação do PT

Companheiros
Estamos em plena 1ª Jornada de formação do PT e apesar dos avanços mal começamos nossa tarefa.
A etapa estadual foi realizada para os amigos dos dirigentes e sem divulgação nenhuma no Estado do Espírito Santo.
Agora, temos por meta replicar a formação recebida em todos os municípios com metas estabelecidas até 30 de junho. Estratégicas para a eleição da Dilma.
O material didádico e a metodologia são riquissimas e propiciam condições para superar os entraves, individualismos e eventuais faltas éticas que atrasam o avanço de nosso projeto de socialismo solidário nos municipios e no estado do Espírito Santo e atrapalham a eleição da dilma e a escolha e eleição de nossos candidatos.
Não devemos perder esta oportunidade, todo filiado tem direito de pleitear e de se inscrever para participar dessa 1ª Jornada de Formação do PT, planejada e preparada com tanto carinho e competência pela nossa direção nacional.
Companheiros, não deixemos de procurar nosso Diretório Municipal e de nos inscrever e  por favor divulguemos, convidemos nossos companheiros: "Os ausentes nunca têm razão".
Repito, só através da formação amplamente disseminada entre os filiados podemos consolidar nossos princípios, métodos e objetivos e superar o divisionismo, o mandonismo e a falta de ética de alguns dirigentes que nos levaram ao marasmo Político em que nos encontramos metidos no Estado do Espírito Santo. Só através da participação nossa podemos aprimorar e construir o modo petista de governar, sem medo de ser feliz.
Companheiros, entrem em contato com o seu Diretório Municipal ou com o Estadual e se inscreva. Exija, pois este direito é seu.
Até a vitória, sempre!
Abraço Fraterno.
Carlos Alberto Feitosa Perim


OBJETIVOS DA JORNADA DE FORMAÇÃO PARA FILIADOS E FILIADAS

Organização:

  • Secretaria Nacional de Formação Política

  • Fundação Perseu Abramo

  • Secretarias Estaduais de Formação Política

Objetivos:

  • Propiciar aos filiados e militantes a oportunidade de se apropriarem de aspectos significativos da história do PT e do país; de compreenderem a perspectiva do socialismo democrático e sustentável e as principais diretrizes do Projeto Nacional do PT. Pretende-se que sejam discutidos os princípios e as políticas que têm norteado a atuação dos militantes junto aos movimentos sociais, nos governos e parlamentos.

  • Oferecer aos participantes elementos para que possam compreender aspectos da política de relações internacionais do PT e as experiências, especialmente, em nosso continente;

  • Contribuir para que os participantes compreendam a estrutura e funcionamento do partido particularmente de suas instâncias: núcleos, diretórios, setoriais, encontros e congressos e comprometam-se com sua sustentação política e material.

  • Estimular a participação dos filiados e militantes nas instâncias partidárias, nos movimentos e/ou espaços públicos de participação social. Estimular a elaboração de projetos de desenvolvimento nas cidades e estados em articulação com o projeto nacional do PT.

  • Contribuir para que os diretórios se tornem espaços de formação e vivência cultural.

  • Fortalecer o projeto político do Partido dos Trabalhadores, em busca de hegemonia e enraizamento nos municípios, na perspectiva da consolidação do projeto nacional a partir da eleição de 2010.

Metodologia:

A Jornada de Formação esta sendo realizada em três etapas, de acordo com necessidade identificada pela SEFP, considerando o numero de municípios e de filiados:

1ª etapa ( Realizada sem divulgação prévia e sem oportunizar a participação aos militantes) : Atividade Regional – 3 dias - apresentação dos conteúdos e da proposta metodológica de abordagem dos temas.

Participantes: Secretários Estaduais e Municipais de Formação e militantes com consolidada experiência de formação (inscritos no Cadastro Nacional de Formadores) e disponibilidade para realizar atividades de formação nos municípios;

2ª etapa: (Realizada sem divulgação e sem oportunizar a participação aos militantes): Atividade Estadual – 2 dias - preparação com os militantes que realizarão as atividades de formação nos municípios, com apresentação e debate dos conteúdos e proposta metodológica.

Participantes: Secretários/as Municipais de Formação e militantes responsáveis pelas atividades de formação dos filiados nos municípios;

3ª etapa: (Programada para se relizar de agora em diante com metas para até final de junho de 2010) Atividades Municipais – Três encontros consecutivos de formação, orientados pela SNFP e FPA e um encontro com atividades organizadas pela SMFP/DM. Os cursos serão realizados em diálogo com as experiências dos/as participantes e deverão prever atividades em grupos bem como a sistematização das discussões em plenária. Os procedimentos metodológicos serão discutidos detalhadamente nas atividades anteriores.

Participantes: filiados do PT

Mobilização Nacional de Formadores

Como estratégia para formar 100 mil filiados e desde já contribuir com a criação da Escola Nacional de Formação, é necessário dar início à montagem de um Cadastro Nacional de Formadores que será alimentado a partir de listas de militantes do PT que tenham diferentes

experiências com formação (professores, educadores, militantes dos movimentos sociais).As inscrições devem conter o nome, endereço, experiência de formação e disponibilidade de tempo para realizar atividades de formação nos municípios. As listas devem ser enviadas à

FPA e SNFP. Os companheiros/as indicados/as nestas listas deverão se inscrever para os cursos nas Secretarias Municipais de Formação ou nas Secretarias Estaduais de Formação sob coordenação e orientação das Secretarias Estaduais.

Campanha de levantamento da Produção e da Cultura Política Local

Como estratégia de aquecimento para a Jornada, será estimulada a realização de uma campanha para o levantamento da produção de cultura política local – poesias, músicas, filmes etc. Além disso, é importante que as resoluções, programas, textos e indicadores produzidos em nível regional sejam enviados para a Fundação de modo que esse material seja sistematizado e fique disponível no Portal. Enviar para formacao@fpabramo.org.br . É importante também que a memória escrita, oral e material do partido comece a ser organizada e que possa ser exposta para os militantes e filiado na sede do PT municipal visando fomentar o interesse e o cuidado com sua preservação.

Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história

obs.:Selecionar português em "subtitles"

Dilma na Istoé: Nós fizemos e sabemos como continuar a fazer

dilma2

ISTOÉ – Por que a sra. acha que o presidente Lula a escolheu para sucedê-lo e quando exatamente se deu isso?

Dilma Rousseff – O presidente Lula me escolheu quatro vezes. A primeira foi na transição do governo de Fernando Henrique para o governo Lula, em 2002. O presidente me chamou para fazer a coordenação da área de infraestrutura porque me conhecia das reuniões do Instituto de Cidadania. Depois ele me escolheu para ser ministra de Minas e Energia. E, em 2005, para ser ministra da Casa Civil. Por último, me escolheu para ser pré-candidata para levar à frente o projeto de governo. Acho que me escolheu porque acompanhei com ele a construção de todos os grandes projetos. O presidente sabe que nós conseguimos, juntos, fazer estes projetos.

ISTOÉ – Ser presidente era uma ambição pessoal da sra.?

Pão e circo

Caetano Roque

O tema do momento são as 40 horas semanais. Não precisa ser muito inteligente para ver que reduzindo a jornada de trabalho aumenta a oferta de empregos. Isto teria que ser a grande reflexão do 1° de Maio, que teve um dia de festa na praia de Camburi, patrocinada pela CUT, e outra no Pavilhão de Exposição da Serra, patrocinada pela Força Sindical.